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Prometeu centavos, tentou cobrar caro: prefeito recua e refaz CIP

O Prefeito Diogo Ceschim (PODEMOS) jurava que a nova taxa de iluminação seria simbólica — “coisa de centavos”, segundo ele. Disse isso em vídeo, com números ensaiados, cara de quem prestava contas e tom professoral. “De um centavo a no máximo treze”, prometeu, mirando a câmera.

O que ele não contou é que, no papel, os valores eram bem mais altos. Agora, diante da pressão da população, do desgaste político e da repercussão negativa, o prefeito de Pompeia recuou.

Nesta segunda-feira (26), ele retirou oficialmente o Projeto de Lei nº 44/2025, que alterava a cobrança da CIP (Contribuição para Custeio da Iluminação Pública), e apresentou o Projeto nº 49/2025. O novo texto tem algo que o anterior não tinha: vergonha na cara matemática. As alíquotas foram reduzidas em até 99%.

Sim, noventa e nove por cento. A conta não fecha com o discurso.

O que era 0,043 UFM para consumidores residenciais de menor consumo virou 0,00043 UFM. Não é ajuste. É confissão. O projeto anterior cobrava caro — e o prefeito sabia.

Quando os números desmentem a encenação

O vídeo em que o prefeito afirmava que ninguém pagaria mais de centavos ainda está no ar — e agora serve como prova do embuste. Se os valores realmente fossem simbólicos, por que o recuo tão drástico? Por que trocar todo o projeto, se tudo estava tão certo?

A resposta é simples: não estava.

A farsa foi desmontada por questionamentos da população, vereadores e pela imprensa local. O Conexão 294 foi o primeiro a apontar a inconsistência entre o discurso oficial e o texto do projeto. Quando confrontado pelos fatos, o prefeito silenciou. Depois, recuou.

Alíquota caiu, mas a armadilha ficou

Apesar da redução, o novo projeto mantém o Artigo 8º, que autoriza o prefeito a alterar as alíquotas por decreto, sem precisar da Câmara Municipal. A cláusula — que já existia no texto original — permanece no papel e serve como alerta: o que caiu hoje, pode subir amanhã, na calada da lei.

Sem debate, sem votação, sem prestação de contas.

Vitória da pressão, não da gestão

A população venceu a primeira queda de braço. Provou que não aceita ser enganada com números manipulados nem com vídeos que tentam infantilizar o debate público.

Mas o jogo está longe de acabar.

A armadilha está no projeto, pronta para ser acionada quando a poeira baixar. E, até lá, o papel de vigiar segue sendo do povo — e de quem tem coragem de dizer o que a Prefeitura tenta esconder.

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